Para que você saiba: o movimento vegano é baseado na ideia de que os animais tem direitos iguais a nós e que não podemos violentá-los para ter alimentação, roupas, testes de cosméticos e "diversão" (trabalho escravo) em parques de diversões. Eles são seres que merecem viver suas próprias vidas sem a nossa exploração. E o movimento é antiespecista, porque não acredita que a nossa espécie seja superior a outras.
*Nas fotos: Mia concentradíssima, Petit se espreguiçando e Olívia dormindo.
E eu sei que vai te incomodar (e tudo bem, porque mudança exige confronto), mas preciso dizer: Nós já temos dados científicos que comprovam que carnes não são alimentos saudáveis, que o consumo delas está destruindo o nosso planeta e que os animais sofrem e muito com todo o processo. Por que continuamos comendo?
180 frangos morrem por SEGUNDO no Brasil.
Pintinhos são descartados e triturados vivos.
Galinhas vivem uma prisão.
Gados são transportados nos caminhões passando frio, fome e no meio do próprio cocô.
Isso é tão triste e cruel.
Você tem um bichinho dentro de casa que considera família e ama mais do que tudo, né?
Qual é a diferença entre esses animais?
Nós colocamos toda essa informação em algum lugar esquecido na nossa cabeça e continuamos bancando essa estrutura destruidora.
“Ah, mas não é fácil parar de comer carne”. Não é.
Nós culturalmente escravizamos os animais, os exploramos e os matamos, e isso foi normalizado, mas hoje mais do que nunca, temos acesso à informação, dados e estudos. Então precisamos mudar (e urgente).
Sobre mim não tem muito mistério e acho que cada vegano tem um motivo específico por ter aderido ao movimento, mas particularmente sempre fui apaixonada por animais. Todas as minhas fotos de criança estou pendurada em algum cachorro ou esmagando algum gato (kkkk coitados). Mas como comer carne é um hábito cultural, nunca questionei. Até a vida adulta.
*Na foto: Olívia trabalhando junto comigo.
Em 2017, depois de passar alguns anos já questionando a alimentação com carne, decidi parar. O motivo foi acreditar que não era justo matar seres para me alimentar, minha vida não vale mais do que a deles.
Com o tempo fui percebendo que a crueldade não era só a morte e os maus tratos, era também ignorar o sofrimento deles para que pudéssemos ter os derivados, então em 2020 me tornei oficialmente vegana.
Claro que este foi o início de tudo, porque nessa caminhada fui descobrindo o impacto ambiental e todo a avalanche negativa que a indústria da carne carrega.
Me tornei vegana por entender o peso das minhas escolhas, por isso não só bani as carnes e derivados de animais do meu prato, como parei de comprar cosméticos testados em animais, roupas de couro, seda (é um bichinho, sabia?), e claro: NADA de turismo com animais, como apresentação de baleias, nado com golfinhos e etc.
Se eu puder te indicar documentários e você estiver a fim de entrar nesse mundo (depois não tem mais volta haha), cito 3 que me impactaram demais e estão na Netflix:
Cowspiracy
Seaspiracy
Sob a pata do boi (brasileiro)
E deixo também uma lista (que não fui eu que fiz) com 23 documentários maravilhosos: clica aqui.
*Na foto: Mia curtindo um colinho.
Já sabemos que além de ser uma alimentação com muitas questões nada saudáveis, existe a ética, ou melhor – a falta dela, que é matar outro ser porque nos achamos superiores a ele, mas ainda assim há pessoas que acreditam que se o animalzinho viver feliz e solto no campo e for morto de forma não cruel para alimentação, não há problema. Eu acredito que não há maneira humana de matar alguém que não quer morrer.
E antes de finalizar, te convido a acabar com o estereótipo de vegano natureba (como se isso fosse ruim, mas não é). Eu sou vegana e claro que com a vontade de libertar os animais, naturalmente vem também a luta pelas mulheres, por uma sociedade antiracista e por proteção ao planeta. Não tem como separar essas pautas porque quanto mais nos aprofundamos nos resultados das nossas escolhas pessoais, é difícil dar passos para trás. Mas não é por isso que vou viver pelada no mato (seria legal haha), eu tenho uma vida "normal", evito ao máximo consumo de plásticos, foco em em alimentos saudáveis, mas amo um bom hambúrguer vegano, e não há problema nenhum nisso.
*Na foto: Olívia no encaixe perfeito.
E, o veganismo pode e deve ser acessível e prático. Por exemplo: pão de trigo é pra ser vegano, mas já vi em lugares que alguns preparos são com banha. Sabe? Nem sempre vamos saber de onde vem e como foi preparado o alimento, principalmente em estabelecimentos. Ou por exemplo: não existem remédios veganos e quando preciso tomar, eu tomo. Essa escolha eu faço porque não tenho outra saída.
Importante saber: plantas não possuem sistema nervoso e não são capazes de sentir dor, então não aceite esse comentário dos outros e nem os faça, tá bem?
*Na foto: Balu no esconderijo secreto kkkk eu conto ou vocês contam?.
Também não aceite a famosa pergunta sobre as proteínas, porque a dieta vegana é rica em nutrientes já que a combinação de vegetais diferentes garante ao organismo os aminoácidos essenciais. Misturar um cereal como arroz e uma leguminosa como grão de bico, feijão, lentilha ou ervilha já garante todos esses aminoácidos. Fora as oleaginosas, vegetais verde-escuros como a couve e o espinafre que são bem completos de proteínas.
E OLHA SÓ: na alimentação vegetal não há colesterol, é algo exclusivamente animal.
Por último mas também muito importante: essa jornada ficou incrivelmente mais fácil com o apoio de pessoas próximas. Quando parei de comer carne uma prima minha já tinha parado (Gabi), e a outra (Gê) estava parando também. Hoje todas as minhas primas mulheres não comem carne, e isso é bem especial porque não sou a única que come diferente quando encontro a família. A comida "diferente" é para todas nós. Essa escolha foi abraçada também pelo meu companheiro que mora comigo e isso facilitou muito. E, na casa da minha mãe que também é uma grande apoiadora do movimento sem carne, sempre tem um preparo sem sofrimento animal.
Por isso a informação é importante. Juntos vamos longe.
Espero que tenham gostado,
Um beijo,
Julia G.
*Na foto: eu e o cachorro de um amigo, que se chama porrinha, tendo uma noite agradável de verão há um tempo atrás, talvez uns 6 anos já.
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